Resumão do Demori: Rolex? Na mão do Cid é mais barato ⌚🤑
E+ Zambelli enrascada, maconha no STF e agressão a deputadas na CPI
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Mauro Cid tentou vender Rolex recebido em viagem oficial ⌚💼🛍️💰
Foi revelada uma troca de e-mails do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente coronel Mauro Cid. Nas mensagens, Cid tentava vender um relógio Rolex no mercado paralelo. Segundo Cid relata no e-mail, ele não tinha nota do relógio porque o recebeu como presente em uma visita oficial de negócios. As informações são da CPMI dos atos antidemocráticos, que solicitou as quebras de sigilos de Cid.
A descrição do relógio de Cid – “cravejado de platina e diamante” – e o preço pedido pelo ajudante de Bolsonaro – 60 mil dólares – são idênticos à descrição e preço de um Rolex que o próprio Bolsonaro ganhou, também em visita oficial de negócios.
Bolsonaro devolveu a peça ao poder público depois que foi flagrado escondendo o relógio. É um modelo Oyster Perpetual Day Date, feito em ouro branco, platina e diamantes. A caixa é feita em madrepérola e diamantes.
Mauro Cid e Anderson Torres têm os sigilos quebrados pela CPMI do 8/01 🔒🔓📊🔍
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro teve seu sigilo quebrado pela CPMI assim como o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres. Foram pedidos sigilos bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos.
Além de Cid e Torres, o coronel André Luiz Garcia Furtado, ex-servidor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que esteve no Palácio do Planalto no dia dos ataques, e o general Carlos Eduardo Feitosa Rodrigues, nomeado servidor do GSI ainda no governo Bolsonaro, também tiveram a quebra de sigilos autorizada.
Torres tem depoimento marcado para a próxima terça-feira (8). O ex-ministro foi preso dias após os atos antidemocráticos e permaneceu na cadeia até maio quando foi solto. Desde então, cumpre medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. Após deixar o Ministério da Justiça, Torres assumiu como secretário de Segurança Pública do DF, porém, em 8 de janeiro ele estava nos Estados Unidos.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), demitiu Torres quando ele ainda estava nos Estados Unidos. O inquérito que investiga os atos antidemocráticos aponta o ex-ministro como um dos responsáveis pela falha de segurança que permitiu aos terroristas vandalizarem a Praça dos Três Poderes.
Caso Zambelli: hacker da Vaza Jato vai depor na CPMI 🕵️♂️💻🔒🗣️
Investigado pela Polícia Federal (PF) por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Walter Delgatti Neto foi convocado. Além da invasão, o hacker também tentou inserir documentos que determinavam a prisão do ministro de STF, Alexandre de Moraes, no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
Delgatti foi preso na última quarta-feira (2) em Araraquara (SP) em uma operação que também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços vinculados à deputada federal Carla Zambelli (PL/SP). A PF apreendeu computadores, celulares, tablets, armas e o passaporte da deputada, que é suspeita de contratar Delgatti para cometer os crimes.
De acordo com a defesa de Delgatti, o hacker esteve no Ministério da Defesa e acompanhou algumas reuniões onde foi debatida a segurança das urnas. Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, ”ele realmente esteve lá e prestou algum serviço, mas ele também recebeu propostas de invasões”, disse em entrevista à Globo News. Pelo menos duas pessoas foram identificadas pelo advogado: o coronel Eduardo Gomes da Silva, que durante o governo Bolsonaro era o coordenador de Modernização do Estado, vinculado à Secretaria-Geral da Presidência, e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
O advogado também afirmou que foi Delgatti quem elaborou as perguntas contidas em um ofício enviado pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O documento questionava a segurança e a confiabilidade das urnas eletrônicas. A defesa de Delgatti não descarta a possibilidade de uma delação premiada. Delgatti afirma ter medo de morrer. A Polícia Federal também deve intimar Bolsonaro a prestar depoimento sobre o caso. Data ainda não foi definida.
Situação de Zambelli se complica 🔍🚫🗳️💼
Apontada como uma das mais ferrenhas bolsonaristas da Câmara dos Deputados, a deputada federal Carla Zambelli (PL/SP), está com o mandato em risco.
Delgatti entregou à PF comprovantes de pagamentos realizados por pessoas próximas à deputada. Um documento publicado pelo JN mostra que Zambelli pode ter pago pelo crime com dinheiro público, desmentindo a deputada, que disse que tinha pago Delgatti “do seu próprio bolso”.
Segundo o hacker, Zambelli também foi a responsável por intermediar o encontro dele com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria pedido a Delgatti que acessasse o código-fonte do TSE e a caixa de e-mails do ministro Alexandre de Moraes. A versão de Delgatti também apresenta uma conversa sobre uma ruptura institucional com Bolsonaro.
Zambelli diz que contratou os serviços de Walter para que ele cuidasse do seu site. Entre outubro do ano passado e abril deste ano, a deputada pagou R$ 94 mil a uma empresa de divulgação parlamentar. Esta empresa tem como dona a esposa do assessor de Zambelli que aparece como o autor de uma das transferências para a conta bancária de Delgatti.
A Polícia Federal acredita em vazamento da informação sobre as apreensões da manhã de quarta-feira. No gabinete da deputada não foi encontrado nenhum computador que tenha sido usado por ela.
O partido da deputada já considera sua cassação uma realidade. Ela já possui um inquérito aberto por quebra de decoro parlamentar. A cúpula do PL afirma que a deputada perdeu apoio depois do episódio em que perseguiu um homem negro armada pelas ruas de São Paulo na véspera do segundo turno das eleições. Sobre este episódio, Zambelli será julgada em agosto pelo STF.
Zucco machista e Salles golpista 🗣️🤬🤦♂️🚫
Demonstrando o baixíssimo nível dos parlamentares da extrema-direita, o deputado Zucco (Republicanos/RS) foi o responsável por mais um ato ridículo na tarde da última quinta-feira (3). O deputado é, inacreditavelmente, o presidente da CPI do MST, que nada mais é do que uma tentativa de criminalizar os movimentos sociais. A discussão aconteceu durante o depoimento de José Rainha Júnior, ex-líder do MST e hoje líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL).
Em uma discussão com a deputada Sâmia Bonfim (PSOL/SP), Zucco perguntou à deputada se ela queria “um hambúrguer” ou “um remédio” para se acalmar. Sâmia afirmou que irá representar contra o deputado na Procuradoria-Geral da República e no Conselho de Ética da Câmara, pela manifestação machista e gordofóbica. Além da parlamentar, o PSOL também deve entrar com uma representação no Conselho de Ética.
Zucco emitiu um comunicado à imprensa dizendo que solicitou que suas falas fossem retiradas das notas taquigráficas da sessão. Porém, em mais uma demonstração de machismo, a nota divulgada diz que: “Suas colegas de partido, Talíria Petrone e Fernanda Melchiona, também desempenham papel de destaque neste esforço de interromper os trabalhos, de fazer provocações baixas e desrespeitosas com seus colegas para, no final, posarem de vítimas apenas pelo fato de serem mulheres”.
Tire um tempo para ver a resposta da Sâmia. Uma chinelada.
Outro episódio ridículo aconteceu na terça-feira (1), quando o deputado Ricardo Salles (PL/SP), relator da CPI, fez apologia ao golpe de 1964. Durante o depoimento do general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI, Salles pressionou o militar a dizer que era favorável à ditadura militar instaurada no Brasil. O general afirmou que aquela pergunta fugia ao escopo da convocação.
STF inicia votação de ação sobre porte de drogas ⚖️🌿🗳️👮♂️
O Superior Tribunal Federal (STF) iniciou na quarta-feira (2) a votação da Lei de Drogas. Até agora, quatro ministros votaram a favor da descriminalização do porte de maconha para consumo próprio. A votação debate sobre a constitucionalidade de um dispositivo da Lei de Drogas que considera adquirir, guardar e transportar entorpecentes para consumo próprio, crime.
Atualmente, apesar de ser crime, a posse de drogas para consumo não acarreta prisão e a pena geralmente é o cumprimento de prestação de serviços à comunidade e medidas educativas. O ministro Gilmar Mendes, relator da ação, pediu mais tempo para analisar os votos. A votação já estava 4 a 0 a favor da descriminalização. Antes da suspensão da votação, votaram os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. Veja trecho do ótimo voto de Moraes.
O julgamento não tem data para ser retomado e a comercialização de maconha continuará sendo ilegal. No seu voto, Moraes também sugeriu que fosse determinado um limite para diferenciar o usuário do traficante. O limite seria entre 25 e 60 gramas. A partir disso, seria considerado tráfico.
#AceitaMerval
Ontem a turma do ICL Notícias fez um desafio ao colunista (?) Merval Pereira: que ele aceite um debate comigo. Merval vem espalhando ilações sobre pagamentos e manipulações das mensagens da Vaza Jato. As ilações, claro, recaem sobre os jornalistas que participaram do caso. A Polícia Federal passou dois anos investigando Walter Delgatti e foi taxativa: ele não recebeu dinheiro para acessar as mensagens. Merval tem uma investigação melhor que a da PF? Que apresente. Estou aqui para o debate.
Ficamos em primeiro lugar no Twitter por horas. Merval está feliz? Não sei. Nós estamos. 🤣