🙈🙉🙊 Resumão do Demori #4: O silêncio dos culpados
E uma super estréia: a série documental em vídeo Baú do Demori!
📽 🎞 🎬 Antes do nosso Resumão de hoje, um aviso de novidade!
Estreiou ontem no You Tube a série Baú do Demori. Há tempos eu esperava por uma série documental que resgatasse os momentos mais importantes da nossa história. Bem, então chega de esperar: decidi chamar uma galera da pesada e fazer! 😃
E começamos com os debates mais marcantes da TV brasileira após o fim da ditadura militar. Tem Brizola, Lula, Maluf, Afif, Caiado… e uma Marília Gabriela totalmente em chamas tentando conter o caos.
Que jornada que foi: tive que aprender a narrar vídeos (assistindo inclusive a uma aula magistral da Fernanda Montenegro!), organizar minha cabeça com um roteiro detalhado, sacar os tempos pra que ficasse muito bonito e que prendesse a atenção das pessoas. Olha: ficou SENSACIONAL – com roteiro de Marga Dambrowski e edição de Danilo Rodrigues.
Faremos a partir de agora uma série de vídeos espetaculares contando de um modo totalmente novo a história política do Brasil. Vem coisa muito boa por aí, esperem para ver. Assistam o trailer! 👇👇👇
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🚔🤐💎 Casal Bolsonaro fica em silêncio diante da Polícia Federal
O depoimento simultâneo organizado pela Polícia Federal para a última quinta-feira (31) acabou gerando uma certa dose de decepção. O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro fizeram uso da prerrogativa de permanecer e silêncio durante a oitiva. Mesmo assim, outros envolvidos responderam às questões dos policiais: o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o pai dele, general Lourena Cid, o tenente do Exército Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef.
Além dos já citados, o ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara, e o ex-secretário de Comunicação e advogado Fábio Wajngarten também estiveram na sede da Polícia Federal em Brasília, porém, também decidiram permanecer em silêncio. Ontem tão falastrões, hoje tão recatados.
A PF decidiu pela estratégia dos depoimentos simultâneos com o intuito de descobrir a real participação de cada envolvido na venda de presentes recebidos por Bolsonaro enquanto presidente.
A partir da análise de eventuais contradições nos depoimentos, a PF conseguiria estabelecer a função de cada um dos envolvidos. Todos os suspeitos compareceram à sede da PF em Brasília, exceto Wassef, que prestou depoimento por videoconferência a partir de São Paulo. O advogado é suspeito de ter ido até os Estados Unidos para recomprar um Rolex que havia sido vendido e teve sua devolução ordenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A PF apreendeu quatro celulares pertencentes a Wassef e o conteúdo vem sendo analisado pela perícia nos últimos dias.
🐥🎶🎶 O sabiazinho vai cantar?
Já Cid pai e Cid filho parecem ter decidido abrir a boca. O tenente-coronel, preso desde maio, acusado de falsificar cartões de vacinação de familiares e do próprio ex-presidente, permaneceu por doze horas na sede da PF. O tenente Osmar Crivelatti também permaneceu um longo período prestando depoimento. Acredita-se que Cid tenha decidido colaborar com a investigação. A defesa dele, que por vezes parece um pouco confusa, afirmou que, por ora, Cid deve buscar uma delação parcial, ou seja, iria expor apenas alguns pontos do esquema de venda dos presentes presidenciais. As investigações da Polícia Federal também constataram que a conta bancária de Mauro Cid foi movimentada mesmo após sua prisão. Na última semana, Cid também prestou depoimento sobre as reuniões que envolveram o hacker Walter Delgatti Neto com o ex-presidente.
O grande problema é que Cid contratou um advogado que vem se portanto mal e usando a imprensa para mandar recados. Ontem, por exemplo, fez isso mais uma vez, dizendo que Cid “não vai entregar Bolsonaro”. Querem saber: eu não confio nessa gente e vou esperar a delação assinada e as provas. Todo o resto é teatro.
Um dos principais argumentos da defesa de Bolsonaro é de que o STF, responsável por julgar o caso, não seria a instância competente, cabendo a uma vara federal de primeira instância acolher o inquérito. A tese é sustentada pela Procuradoria-Geral da República, que entende não ser o STF a instância em que o inquérito deveria tramitar. A defesa também afirmou que o casal irá colaborar “desde que no foro competente”.
Acontece que a opinião da PGR esta viciada. Num dia, o procurador Aras dá uma entrevista usando as vestes de advogado.
No outro, a cliente usa o argumento do advogado.
Se eu disse o que penso de Augusto Aras...
Cabe ao STF, nesta fase do processo, decidir se o inquérito fica lá ou vai para a primeira instância. Aliás, foi o próprio juiz da primeira instância de Guarulhos que submeteu o caso ao STF. A opinião dos Bolsonaro vale o que sempre valeu: nada.
Zanin vota contra o Marco Temporal (mas arquiva ação contra Bolsonaro)
O STF retomou nesta semana o julgamento sobre a questão do Marco Temporal, que nada mais é do que uma forma de legalizar o roubo de áreas indígenas. O placar da votação aponta 4 a 2 contrário à essa tese absurda. Votaram a favor da medida os fantoches da extrema-direita, Nunes Marques e André Mendonça. Os votos contrários foram de Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. A sessão foi suspensa pela presidente do STF Rosa Weber e será retomada na próxima semana.
Inegavelmente o voto de Zanin nesta matéria causa surpresa já que o recém empossado ministro vem dando demonstrações recorrentes de seu conservadorismo. Para não perder o hábito, ele arquivou uma ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por omissão na compra de vacina. A justificativa foi de que a ação perdeu o sentido, já que a emergência sanitária não existe mais e que as vacinas ainda estão disponíveis à população. Dá pra ser “técnico” do jeito que quiser, né?
A ação impetrada pela Rede tramitava desde outubro de 2020 e buscava fazer com que Bolsonaro adquirisse doses da Coronavac, desenvolvida na China e produzida no Brasil em parceria com o Instituto Butantan de São Paulo. À época, Bolsonaro desautorizou o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que havia manifestado a intenção de adquirir o imunizante, tendo, inclusive, anunciado o acordo para a aquisição.
Salles vira motivo de chacota na CPI do MST: “réulator! réulator! réulator!”
A CPI do MST tem se tornado uma boa opção de entretenimento graças à postura combativa dos parlamentares governistas, especialmente da bancada feminina do PSOL. Na sessão da última terça-feira (29), a deputada Sâmia Bonfim (PSOL/SP) atingiu um novo patamar na arte de desmoralizar e colocar esses vermes em seus devidos lugares.
A deputada, que já teve o seu microfone cortado anteriormente pelo presidente da CPI, o tal de Zucco (Republicanos/RS), dessa vez se precaveu e ostentou cartazes onde constavam todos os possíveis crimes pelos quais o deputado Ricardo Salles (PL/SP) é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF). Assista, é revigorante.
Além dos cartazes, Sâmia também chamou Salles, que é o relator da CPI, de “réulator”, fazendo menção à condição de réu do ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro. Virou um carnaval!
Ricardo Salles virou réu por:
👍 corrupção ativa e passiva;
👍 prevaricação;
👍 advocacia administrativa;
👍 facilitação de contrabando;
👍 desacato;
👍 crime contra a administração ambiental;
👍 obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do poder público;
👍 falsidade ideológica;
👍 violação de sigilo funcional; e
👍 organização criminosa.
Salles foi denunciado no processo que apura a exportação ilegal de madeira para os Estados Unidos e para a Europa. Além dele, o ex-presidente do Ibama, Eduardo Bim, também responde ao inquérito. O bolsonarista é acusado de associação criminosa, facilitação ao contrabando, advocacia administrativa e obstrução à fiscalização ambiental enquanto ocupava o ministério.
O relatório da CPI deve ser apresentado na próxima semana e deve conter o indiciamento de pelo menos um parlamentar governista: o deputado Valmir Assunção (PT/BA). Assessores de Assunção também deverão constar entre os indiciados.
Durante a semana, a oposição buscou solicitar a quebra de sigilo telefônico do economista João Pedro Stédile, membro do MST. A solicitação fiou inviabilizada porque Stédile simplesmente não tem telefone 🤣.
É por essas e outras demonstrações de burrice que existe a possibilidade de o relatório da comissão não ser aprovado.
💻🤝🕵️ Hacker busca acordo de delação premiada na CPI dos Atos Golpistas
A defesa de Walter Delgatti Neto, o hacker acusado de invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no início do ano, procurou a CPI dos Atos Golpistas para negociar uma colaboração premiada. O advogado Ariovaldo Moreira afirmou que Delgatti estaria disposto a colaborar ainda mais com a investigação e busca um acordo com a comissão.
A comissão já manifestou interesse em continuar mantendo as conversas com o hacker porque Delgatti já teria dado sinais de que possui mais informações de interesse da CPI. Existe a possibilidade de um acordo que envolveria também a Polícia Federal, já que a comissão quer levantar mais informações sobre as atividades de Walter junto ao Ministério da Defesa.
A advocacia do Senado já emitiu um parecer em que dá à CPI condições de fechar o acordo sob supervisão do Ministério Público e homologação da Justiça. A defesa de Delgatti já solicitou ao STF a soltura do hacker, que cumpre prisão preventiva pela invasão ao sistema do CNJ, porém a corte ainda não respondeu ao pedido.
🪖✌️🤷♂️ G.Dias admite que foi frouxo com os golpistas no 8/1
O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), G. Dias prestou depoimento à CPI dos Atos Golpistas na última quinta-feira (31). Ele foi flagrado pelas câmeras do circuito interno do Palácio do Planalto em aparente tranquilidade e até interagiu com os invasores durante os ataques de bolsonaristas em 8 de janeiro deste ano.
O general da reserva admitiu que deveria ter sido mais contundente na repressão ao vandalismo, porém, decidiu que não adiantava sair batendo nos invasores e que agiu de forma a evitar mortes dentro do palácio. Além de assumir a própria frouxidão, o ex-ministro também culpou a PM do Distrito Federal pela escalada de vandalismo na Praça dos Três Poderes, já que o policiais não agiram e deixaram que a situação saísse do controle.
Na semana passada, o site Metrópoles já havia revelado que a cúpula da PM no DF não foi apenas frouxa, mas partícipe e torcedora do golpe. Estão todos presos.
Também segundo G. Dias, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria informado que a movimentação dos golpistas ficou mais intensa nos dias que antecederam os ataques, porém, a Polícia Militar do Distrito Federal teria afirmado que estava “tudo calmo”. Ainda de acordo com o depoimento do general, o Plano Escudo estava ativado, por ordem dele, desde o dia 6 de janeiro, dois dias antes da tentativa de golpe.
O ministro do STF Cristiano Zanin concedeu ao general o direito de ficar em silêncio durante o depoimento, porém G. Dias não fez uso dessa prerrogativa. A relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD/MA), solicitou a quebra de sigilo telefônico do militar, pedido que foi aprovado pela comissão. Os dados devem ser entregues nos próximos dias.
Fechou?
Fechou.
(A pesquisa e os textos iniciais deste resumo são da autoria do jornalista Gerson Urguim)