Pessoal, como estão?
Passo aqui para fazer um pedido importante: desde a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro, nosso apoio coletivo vem caindo todos os meses. É um alívio que tenhamos nos livrado de algumas coisas que seu governo representava, e entendo que esse alívio possa dar a sensação de que nossas batalhas terminaram.
Por aqui, no entanto, não é o que vejo.
Ao mesmo tempo em que nosso jornalismo foi importante para a retomada da nossa democracia, ele segue na trincheira de batalhas diárias que – sem investigação e denúncia – seriam facilmente vencidas pelos destruidores do planeta.
Pense no Marco Temporal, no roubo das terras indígenas. Pense na Regulação da Internet, no faroeste que nossa democracia se tornou sem botar freios nas grandes corporações. Pense nas mamatas bilionárias dos militares e nos golpistas que ainda espreitam nosso país, financiados por eles. Pense nas interferências externas de mega empresas que fazem um jogo sujo em prol apenas de seus próprios interesses.
Essa gente não está nem aí para você.
As ameaças são constantes, temos um governo que venceu a eleição por uma margem mínima, sem apoio no Congresso e com base muito frágil. A luta, nos próximos anos, será de todo mundo. E nós, por aqui, seguimos nela.
Eu não faço esse trabalho sozinho.
Tenho comigo pessoas que ajudam a tocar esta newsletter, os vídeos, as investigações, a agenda de viagens e eventos. Tenho trabalhado todos os dias em meu jornalismo e também me dedicado fortemente a denunciar nossos problemas em outros países.
Nos últimos meses, a convite de universidades e instituições, fui à Noruega, Escócia, Argentina, Inglaterra, Portugal, sempre alertando os perigos que o Brasil e a América Latina enfrentam hoje. Eles são urgentes. Inclusive, muitas vezes, as ameaças vêm de alguns desses mesmos países em que as denuncio.
Não hesito em apontar o dedo para eles, jamais.
As baterias dos carros elétricos que tomaram as ruas de Oslo para a transição “verde” são produzidas graças às nossas minas latino americanas. A comida que chega em Londres é plantada também por nós. A carne que alimenta escoceses sai do Brasil, do Uruguai, da Argentina. A madeira queimada em usinas de energia “carbon free” na Inglaterra é plantada no Brasil – eles detonam a nossa floresta enquanto se vendem como ecológicos. Essas coisas precisam ser ditas.
Encaminhei para vários contatos do e-mail, como faço para encaminhar no whatsapp