🛒 Um produto que não sofreu com a inflação
Ou: como montar uma milícia privada. Ou ainda: como armar o PCC.
É realmente inacreditável como a inflação está destruindo o tecido social e jogando pessoas na extrema pobreza. Há um produto que não sofreu com a pandemia ou com a inflação. Imune ao vírus, beneficiado por decretos publicados na surdina, no meio do carnaval de 2021. Esse produto é o fuzil.
Anos atrás, no mercado ilegal, fuzis custavam entre R$ 40 mil e R$ 50 mil cada. Agora, com as novas regras impostas pelos decretos do Jair, esse preço pode chegar a R$ 20 mil. O que aconteceu? O bom e velho capitalismo de oferta/demanda. Os decretos aumentaram a quantidade de fuzis e armas LEGAIS no mercado, baixando os preços. Por que se arriscar e pagar mais caro no mercado ilegal se você pode comprar fuzis de colecionadores, como esses aqui?
Milícias privadas
Os decretos não melhoram a segurança pública. Cidadão não é policial, nem deve ser. O aumento de armas em circulação não funciona em nenhum país do mundo. Leia esse estudo completo do insuspeito (de ser acusado de “esquerdismo”) instituo neoliberal Mercado Popular. Achar que armas só servem para a morte não é mais “coisa de esquerdista” – há muito tempo.
O que os decretos de armas do Bolsonaro fazem? Facilitam a criação de milícias privadas de gente endinheirada sob o nome de CAC (clubes de Caçadores, Atiradores e Colecionadores).
❌ ANTES DOS DECRETOS: cidadãos comuns que quisessem ter um fuzil precisariam ser cadastrados junto ao Exército, e só podiam acessar modelos com mais de 70 anos, ou seja, armas efetivamente antigas, de coleção. Caçadores e atiradores registrados não podiam ter acesso a esse tipo de armamento.
✅ DEPOIS DOS DECRETOS DO BOLSONARO: Caçadores e atiradores passaram a ter direito de adquirir fuzis. Os decretos também aumentaram a quantidade que cada CAC pode ter acesso. Colecionadores, que só poderiam ter um fuzil de cada modelo, agora podem ter até cinco armas de cada modelo. Caçadores, que não poderiam ter fuzil, agora podem ter até 15 unidades. Atiradores, que antes também não poderiam ter fuzis, agora podem ter até 30 armas desse tipo.
E assim passamos a ver cenas como essa, uma pantomima patética de uma realidade muito mais assustadora:
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Armas legalizadas nas mãos do PCC
Essa semana a polícia fez mais uma apreensão de armamento pesado em São Paulo. O que me chamou atenção foi que, dessa vez, as armas estavam legalizadas. A polícia afirma que integrantes do PCC eram os donos do fuzil, da metralhadora e da pistolas legalizadas que estavam de posse de uma mulher.
Detalhe: as armas só foram apreendidas porque são bens patrimoniais que podem ter sido adquiridos com dinheiro do tráfico. Entendeam? A polícia levou as armas porque elas podem ser confiscadas e depois leiloadas porque o dinheiro que teria sido usado para comprá-las tem procedência criminosa. Um fuzil, uma metralhadora e pistolas apreendidos como se fossem carros ou motocicletas ou relógios de luxo.
🧮 Em 2020, foram importadas 1.211 armas do tipo "fuzis, carabinas, metralhadoras e submetralhadoras". Em 2021, foram 8.160. Aumento de 574%.
Os decretos de armas do Jair Bolsonaro estão servindo para, além de criar milícias privadas de gente rica, ARMAR O CRIME. Use o google e tire suas próprias conclusões. (exemplos: 1, 2, 3, 4 etc).
Vivemos as consequências de um governo militar que levou armamentistas ao poder através do voto. Mesmo com o fim desse ciclo eleitoral, as consequências nefastas para a sociedade perduarão por muitos anos.
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Esse é o desgoverno da destruição de tudo. Da economia aos valores sociais. Só depende de nós tirar essa corja do poder.